O movimento comunitário Benfica Bem Melhor critica a intervenção de Rodrigo Tortoriello, titular da Settra, na condução de uma "pequena" alteração de sentido de uma rua.

O grupo, na diretoria da Associação de Moradores alega que está discutindo as modificações no trânsito de Benfica com a secretaria desde que tomou posse em julho deste ano, sem nunca ter sido convidada para um encontro com o titular da pasta. Para definir as propostas que encaminhariam à Settra, foram realizadas duas assembleias, amplamente divulgadas.

No entanto, na apresentação do projeto final, a Settra incluiu a inversão de sentido em um pequeno trecho da rua Bento Gonçalves, entre às ruas Martins Barbosa e Inês Garcia que não havia sido encaminhado pela associação e nem constava no levantamento de pedidos que os técnicos apresentaram a entidade, alegando ser de interesse de uma escola particular localizada na área.

Em vez de buscar conciliar os interesses, o próprio Secretário compareceu à escola, sem ouvir a associação e comprometeu-se a realizar a modificação. A entidade estava convocando a direção da escola para uma reunião hoje, na tentativa de resolver o impasse entre os moradores, quando soube desta atitude.

"A questão não é se a associação é contra ou a favor da mudança, mas todo o processo de construção da proposta ignorado pelo secretário. Ele ouviu e se comprometeu com apenas um grupo de interessados, enquanto nós, da associação ouvimos diversas opiniões e tentamos buscar uma saída coletiva" - argumenta Alina Junqueira, presidente da AMBB.

Segundo a liderança comunitária, além dos argumentos favoráveis à mudança pleiteada pela escola, existem alegações contrárias não apenas dos moradores do entorno que teriam que ampliar o seu deslocamento para chegarem em suas casas. A maior preocupação apresentada por outros habitantes é com o deslocamento do tráfego de caminhões para uma área de grande fluxo de pedestres por ser passagem para as maiores escolas públicas da região, transitando milhares de estudantes pé ou de bicicleta.

"A melhor solução é retirar o tráfego de caminhões de carga dessas localidades nos horários de maior movimento, mas o secretário parece estar mais preocupado em transferir o problema para outra rua e para outras camadas da população" - argumenta Aline.