Almerinda
da Silva Hora, negra, militante política e liderança comunitária recebeu
em dia 20 de março, no Centro Cultural de Benfica, homenagens de
familiares, amigos e do PMDB local, pelos seus 94 anos. Fundadora do
partido em Juiz de Fora, Almerinda começou a militância ainda criança.
"Eu entrei para a política porque achava que a mulher tinha que ter
direito", conta. Assim, nos tempos de Getúlio, a "negrinha" do Gabriel
Matias Barbosa, o avô, acompanhava-o cadastrando mulheres para votarem,
cujo direito foi conquistado em 1932. O avô era o "capataz de confiança"
do Coronel Antônio José Sobreira, um fazendeiro da região de Benfica que
foi assassinado e deixou as terras do Sítio Ponte dos Pires para o
empregado que ficou conhecido como Gabriel Sobreira.
Essas terras "herdadas" deram origem ao atual bairro Ponte Preta, cujo
povoamento iniciou com a própria família. Nascida das mãos da avó, Maria
Catarina Barbosa, parteira de mais de três mil bebês da região,
Almerinda é a história viva da região de Benfica e do Brasil. Viu as
batalhas da Revolução de 1930, participou ativamente do movimento
comunitário dos dois bairros, foi pioneira no movimento negro e de
mulheres. Lutou mais de meio século pela passagem que acabou com a
segregação entre Benfica e a Ponte Preta, pois o acesso a este bairro
por muito tempo era pelos trilhos do trem sobre o rio Paraibuna.
Posteriormente, anexaram uma pinguela ao pontilhão e somente em 2001 foi
inaugurada a ponte de concreto.
Toda essa história foi lembrada na quarta (20/03), quando amigos e
familiares a homenagearam. Um vídeo com depoimentos de Almerinda
concedidos à jornalista Aline Junqueira pelo projeto Benfica da Gente e
Anguzada foi apresentado e ela recebeu uma placa do PMDB.
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